29 de março de 2009

FREGUESIA DE SÃO CAETANO - PICO


ILHA DO PICO

Estamos no ano 2009 da era de Cristo. O mundo evolui a uma velocidade vertiginosa.
Na minha geração houve uma viragem histórica na evolução da humanidade.
No último quarto do século XX, deram-se os maiores progressos científicos e tecnológicos.
Foi a imprensa, a rádio, a televisão, os satélites, a ida à Lua, os computadores, a Internet, o GPS, os telemóveis, etc. etc. Como tal, e com grandes recordações dos tempos da minha infância e adolescência, pois recordo-me perfeitamente do primeiro receptor de rádio na freguesia, na loja do Sr. Correia, no qual pouco mais se ouviam que alguns assobios. Atendendo ainda a que o passado é um rol de experiências e recordações, por conseguinte, a pura enciclopédia da vida, de factos que as gerações logo a seguir à minha quase desconhecem, o que no meu entender seria uma pena se se perdessem certas e agradáveis memórias desses tempos, pensei dar neste escrito, o meu simples e humilde contributo, para que tal não aconteça no todo ou pelo menos em parte, muito especialmente por parte dos meus filhos, netos e bisnetos. Usarei a linguagem simples, a do povo, que é aquela que eu conheço, para melhor compreensão de quantos tenham pachorra de ler estas minhas simples histórias. Abordarei mais frequentemente, casos de pobreza. Era o normal naqueles tempos, e foi nessa época que nasci e cresci. Nunca tive o complexo do pobre e do rico, sempre percebi que o mundo é composto de tudo e todos têm direito à vida, mas é da história dos pobres que fazem parte as minhas melhores recordações. Em meu entender, a pior pobreza que pode existir, é a da criatura que tem vergonha e ou esconde as suas origens, especialmente quando se é honesto. Eu, António, sou o terceiro dos cinco filhos do casal António Francisco Manuel e Isabel Marques da Silva, ele agricultor, ela doméstica, dados e criados na Freguesia de São Caetano, também conhecida por “Prainha do Galeão” do Concelho da Madalena, na linda Ilha do Pico do Arquipélago dos Açores, onde nasci no dia 13 de Dezembro de 1940 às 15,30 horas. Prainha do Galeão, era o nome por que a freguesia também era conhecida, porque segundo reza a história, no estaleiro naval ali existente ao tempo, no reinado de el-rei D. João III, fora construído um Galeão por ordem do Capitão Donatário Garcia Gonçalves, para pagamento de dívidas ao Reino. O lugar de São Caetano foi considerado curato pertencendo à freguesia de São Mateus. No ano de 1862, Francisco Pires Flores, mandou erguer uma ermida próximo do porto, onde hoje se encontra um pequeno nicho. Em 1878, Manuel Silveira de Melo, mandou construir a actual igreja de São Caetano. Foi elevada à categoria de Freguesia no ano de 1886. Por falta de madeiras, as obras da Igreja tiveram que ser interrompidas por um longo prazo. Reza a história que, mais tarde, no lugar da Pontinha, encalhou uma nau carregada de trigo, vinda de Vicenza – Itália – terra natal de São Caetano, razão pela qual foi elevado a padroeiro. O povo considerou um milagre, pois foi com as madeiras dessa nau que a Igreja finalmente pôde ser concluída.

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