29 de março de 2009

ILHA DO PICO


A Ilha do Pico é a segunda maior ilha do Arquipélago dos Açores, e dista da Ilha do Faial 8,3 km e da Ilha de São Jorge dista 15 km. Tem uma superfície de 447 km²; e conta com uma população residente de 14 806 habitantes (em 2001). Mede 42 km de comprimento e 20 km de largura. Deve o seu nome à majestosa montanha vulcânica, a Montanha do Pico, que termina num pico pronunciado cujo topónimo é Pico Pequeno ou Piquinho. É a mais alta montanha de Portugal e a terceira maior montanha que emerge do Atlântico, atingindo 2.351 metros de altitude.
Administrativamente, a ilha é constituída por três concelhos: concelhos das
Lajes do Pico e Madalena ambos com seis freguesias, e São Roque do Pico, com cinco freguesias.
Dispõe na freguesia das
Bandeiras, de um moderno Aeroporto Regional com ligações aéreas directas com Lisboa (TAP/SATA Internacional) e Terceira (Lajes) e Ponta Delgada (SATA Air Açores). Tem ligações marítimas diárias (Transmaçor) com a cidade da Horta e normalmente, vilas das Velas e Calheta. Durante os meses de Verão usufrui de ligações marítimas com as restantes ilhas do arquipélago. A ilha emergiu de uma fractura tectónica de orientação ONO-ESSE – a mesma que deu origem à Ilha do Faial, denominada Fractura Faial-Pico, que se desenvolve ao longo de 350 km, desde a Crista Médio Atlântica (sigla CMA) até uma área a Sul da Fossa do Hirondelle. A designação Henriquina da ilha era Ilha de São Dinis. Na cartografia do século XIV, a ilha foi chamada de "Ilha dos Pombos". O seu povoamento foi iniciado em 1460, na fajã lávica das Lajes, mas tornou-se definitivo em 1483, quando Joss van Hurtere mandou fundar São Mateus. Em 29 de Dezembro de 1482, a ilha é integrada na Capitania do Faial pela Infanta D. Beatriz, em virtude de Álvaro de Orlenas não ter tomado posse da ilha. Em 1501, Lajes do Pico é elevada a Vila e sede de concelho pelo Rei D. Manuel I. Em 1542 é a vez de São Roque do Pico e em 1712, a de Madalena. Cultura e Património. Em Julho de 2004, o comité da UNESCO considerou a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico como Património da Humanidade. A área engloba os lajidos das freguesias da Criação Velha e de Santa Luzia. A cultura da vinha domina a parte ocidental da ilha, sendo o famoso "Verdelho do Pico" cultivado em pequenas quadrículas de terreno onde crescem as vinhas, separados por muros de basalto negro feitos de pedra solta, chamados localmente de "currais". Presentemente, pretende-se constituir um Parque Nacional na Ilha do Pico, englobando a área da Montanha do Pico e o Planalto Central. Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico Outro património inclui: a Gruta das Torres, na Criação Velha; as Furnas de Frei Matias; Na Madalena, Museu do Vinho, instalado no antigo Convento das Carmelitas; o Museu da Indústria Baleeira, em São Roque do Pico; o Museu Regional dos Baleeiros, nas Lajes do Pico. Tradições, festas e curiosidades, festa e procissão do Senhor Bom Jesus (São Mateus, Madalena), Semana dos Baleeiros (N. Sra. de Lurdes), Cais Agosto (Cais do Pico - S. Roque), Festa de São Roque, festas de Santa Maria Madalena, semana das vindimas, festas do Espírito Santo.

ECONOMIA:

Os habitantes da ilha do Pico dedicam-se à agricultura, à pesca e à criação de bovinos. A vinha, outrora uma das grandes riquezas da ilha que produzia o afamado vinho do Pico, exportado para a Inglaterra e para a América do Norte e que chegou a ser servido à mesa do próprio czar do Império Russo, foi gradualmente afectada pela praga do oídio na segunda metade do século XIX.
Actualmente, a produção é reduzida e as principais fontes de rendimento no campo da agricultura são os produtos hortícolas, a
fruta e os cereais. A pecuária está muito desenvolvida, em especial no concelho de São Roque do Pico. A pesca é outra actividade importante, tendo outrora existido três fábricas de conservas de atum a laborar, e, actualmente, apenas uma na Vila da Madalena. As indústrias da ilha estão, na sua quase totalidade, ligadas ao ramo alimentar: lacticínios, destilarias e moagens. No artesanato destaca-se a escultura em basalto e em osso de baleia, bem como rendas e bordados.

Gastronomia:

A gastronomia a ilha é muito rica. A dificuldade prende-se com a escolha, devido à qualidade. O mar generoso oferece uma ampla variedade de matéria-prima para a confecção de deliciosos pratos. Os crustáceos como a lagosta, cavaco e o caranguejo, os moluscos encabeçados pela lapa e a craca, manjares inigualáveis, e os seus “primos” lula e polvo, base de pratos únicos como o “polvo guisado em vinho de cheiro”. Peixes de todos os tamanhos, formas, cores, texturas e sabores - abrótea, chicharro, congro, goraz, cherne, garoupa, inxaréu, bicuda, pargo, moreia, veja (desconhecido no Continente, muito parecido com o bacalhau), írio, salema, espadarte – tornam difícil a escolha. Cozidos, fritos ou grelhados são um pitéu, mas ainda podem oferecer-se num divinal “caldo de peixe” ou numa espectacular “caldeirada”. Mas as pastagens picoenses, não são menos pródigas que o mar que as rodeia. As carnes de bovino e suíno mostram-se imbatíveis numa “molha de carne à moda do Pico”, com carne de vaca ou uns “torresmos”, a partir da carne de porco. A carne de bovino não é menos apetecível num bom bife. A de suíno, faz umas singulares “linguiças” e com o sangue e outros miúdos, fazem-se as muito saborosas “morcelas”». Temos ainda os acompanhamentos, sólidos e líquidos, os queijos de São João, Criação Velha e do Arrife, feitos a partir do leite de vaca, vão muito bem com um vinho verdelho e um pedaço de bolo de milho do pico ou até com pão de massa sovada. Quando não se deseja experimentar os dezasseis graus do verdelho, como medo de não se conseguir levantar, aconselha-se um “vinho de cheiro” ou um dos brancos ou tintos produzidos na ilha. Falar do vinho do Pico, é sinónimo de orgulho. A cultura da
vinha está associada aos primeiros tempos do povoamento, nos finais do século XV. O vinho verdelho, a partir da casta do mesmo nome, ganhou reputação mundial ao longo dos séculos, chegando à mesa dos czares russos. A partir do século XIX são introduzidas novas castas que dão origem a vinhos de mesa brancos e tintos. O modo de cultivo, contra a aspereza dos terrenos vulcânicos quase sem terra vegetal, em currais, que são áreas muradas de pedra negra, de muito pequena dimensão, marca igualmente a cultura da Ilha do Pico. A prova da importância local e mundial é o facto da UNESCO, em Julho de 2004, ter considerado a Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, criada em 1996, como Património Mundial da Humanidade. Currais, maroiços, que são diversos amontoados de pedra em forma de pirâmide, vinhas e adegas com os seus equipamentos, são elementos emblemáticos da vinha e do vinho». Por último uma vista pelos doces e os digestivos para ficarmos a saber mais sobre a doçaria local. Um bom prato de arroz doce, massa sovada ou rosquilhas. Para rematar, um bagaço do Pico, uma aguardente de figo ou um dos vários licores a partir de amora, nêspera ou de uma “angelica”.

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